Foto: Lema da unidade
Foto: Foto da unidade da Polícia Militar de Santa Catarina
Cel Vieira
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PERSONAGENS
Capitão Osmar Romão da Silva
Coronel Antônio de Lara Ribas
Coronel Cantidio Quintino Regis
Coronel João Cândido Alves Marinho
Coronel Pedro Lopes Vieira
Feliciano Nunes Pires
Major Ildefonso Juvenal

 

 

CORONEL PEDRO LOPES VIEIRA

 

 

Nascido em Atalaia, Alagoas, em 9/7/1889, era filho de Joaquim Albuquerque Vieira e Maria Lopes Vieira. Muito jovem incorporou-se ao Exército nacional, no qual alcançou a graduação de sargento-ajudante. Ingressou na Força Pública de Santa Catarina em 29/10/1920, como 2º sargento. No dia seguinte foi graduado 2º tenente, iniciando a vertiginosa ascensão que o levaria, em menos de cinco anos, ao comando geral da corporação. Foi delegado de policia em vários municípios.

Em 23 de julho de 1924, quando comandava, como capitão, a 2ª Cia. Isolada, em Porto União, foi designado para organizar e comandar o 2º Batalhão de Infantaria da Força Pública, que iria integrar a tropas legalistas durante a campanha contra o movimento revolucionário que irrompera em São Paulo a 5 daquele mês. A 8 de agosto seguinte, em plena campanha, foi promovido a major, por serviços de guerra. O batalhão catarinense teve desempenho destacado nas operações, tendo Lopes Vieira recebido rasgados elogios dos chefes militares a que esteve subordinado.

A 15 de junho de 1925, dois dias depois do retorno de sua unidade a Florianópolis, foi promovido a tenente-coronel, por ato de bravura. Dias depois, a 25, assumiu o comando geral da Força Pública e, já no dia seguinte, propôs ao governo do estado a reorganização da corporação. A 9 de janeiro de 1926, ad referendum do Congresso Representativo (hoje Assembleia Legislativa), foi graduado no posto de coronel – inexistente na Força, na época – a que viria a ser promovido em 16 de janeiro de 1930.

Em pouco mais de cinco anos, transformou a Força Pública, dotando-a de preparo, equipamento, instalações e serviços modelares para a época. No campo da instrução, fez realizar, pela primeira vez na corporação, o exame de recrutas; instituiu o concurso como única via de acesso a cabo e sargento combatente; organizou e instalou a Escola Regimental “Marechal Guilherme”, com 1º, 2º e 3º graus e um curso de alfabetização, todos com matrícula obrigatória para as praças de acordo com o respectivo grau de instrução; desenvolveu a biblioteca (mais tarde denominada “Cap. Osmar R. da Silva”); e culminou com a criação, em 27 de dezembro de 1927, do Curso de Preparação Militar e de Aperfeiçoamento de Oficiais, embrião da atual Academia de Polícia Militar.

Na área da saúde, além da farmácia, que fornecia medicamentos com pequeno acréscimo sobre o preço de custo aos oficiais, seus familiares, aos das praças, e gratuitamente a estas, e de uma escola para enfermeiros, criou a Enfermaria Regimental, devidamente equipada, com quartos para oficiais e sargentos e amplas salas para as demais praças, e fez instalar um gabinete dentário.

Criou uma cantina, com loja, armazém, padaria e açougue, e uma caixa beneficente, que tinha por fim amparar, através de pensão, as viúvas e outros dependentes de oficiais e praças. Através da Caixa Beneficente, fez construir uma Vila Militar, com oito casas, para residência de oficiais e sargentos.

Instalou a Seção de Bombeiros (atual Corpo de Bombeiros Militar) para cujo treinamento fez vir instrutores do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, e construiu o respectivo quartel, que ainda hoje se vê à Praça Getúlio Vargas.

Também a Lopes Vieira se deve a criação do serviço de radiocomunicações, inicialmente com estações na capital e nas sedes das duas companhias isoladas, operadas por radiotelegrafistas previamente formados em escola da corporação, igualmente de sua iniciativa.

As instalações existentes foram reformadas, e construídos outros quartéis e pavilhões, com mobiliários novos, em tudo imperando o ar de conforto e higiene que tanto impressionava as autoridades militares e civis, inclusive diplomatas estrangeiros, que com freqüência visitavam a Força Pública, e que deixavam registrada sua admiração em entusiásticos pronunciamentos. Assinale-se o rancho das praças, em que, nas ocasiões festivas, eram recepcionadas as autoridades e convidados, e cujo requinte incluía música de piano durante as refeições.

Manteve, como bom chefe militar, a tropa em estado de eficiência e disciplina, demonstrado principalmente nas ocasiões em que foi chamada a intervir, na repressão a constantes movimentos sediciosos. Para se ter idéia de sua visão de futuro, cite-se o propósito, registrado em seu relatório referente ao ano de 1927, de habilitar praças em idiomas estrangeiros, para, portando braçadeiras com as cores do país cuja língua dominassem, prestar informações aos turistas.

Em 6 de novembro de 1930, dias depois da vitória do movimento revolucionário perante o qual a tropa sob seu comando foi a última a depor as armas, foi exonerado de seu cargo, demitido do posto de coronel e, consequentemente, excluído da Força Pública. Reintegrado à corporação em 18/4/1933, foi, na mesma data, reformado administrativamente. Mais tarde, elegeu-se deputado à Constituinte Estadual de 1947. Foi, também, prefeito de Florianópolis.

Pedro Lopes Vieira faleceu em 30 de agosto de 1959. Seu nome foi dado a uma rua da capital e ao 1º Batalhão da Polícia Militar. Em 23/11/1984, a Lei nº 6443 instituiu a Medalha “Coronel Lopes Vieira”, destinada a premiar notáveis serviços prestados à Polícia Militar.