Nesta sexta-feira, 18, os alunos-soldados do Curso de Formação de Praças (CFP), juntamente com o efetivo da Escola Superior de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (Esfap), realizaram uma marcha de aproximadamente 19 km até o local da histórica Batalha da Serra da Garganta, em Anitápolis, Santa Catarina.
A atividade extracurricular teve como objetivo relembrar os feitos heroicos daqueles que tombaram em defesa da lei e da ordem, como forma de prestar uma homenagem aos soldados tombados no cumprimento do dever na Batalha da Serra da Garganta.
Também participaram da marcha o diretor da Academia de Polícia Militar da Trindade, coronel Cléber Pires e o comandante da Esfap, tenente-coronel Lucius Paulo de Carvalho.
A Batalha da Serra da Garganta, ocorrida em 16 de outubro de 1930, é um episódio emblemático, não só para a história da Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC), mas também para o povo catarinense. Esse evento carrega consigo um legado de bravura, sacrifício e compromisso com a Segurança Pública.
Aos alunos-soldados, a atividade permitiu que vivenciassem simbolicamente as adversidades enfrentadas pelo efetivo da época, que precisou atravessar terrenos íngremes, estreitos e cercados por desfiladeiros.
A iniciativa reforça o espírito de camaradagem e lealdade que caracteriza a Polícia Militar, servindo como uma lembrança constante do valor da segurança pública e da importância de preservar a história e as tradições da corporação.
Além disso, destaca valores como a honra, o dever e a coragem. Ao visitar o local do combate e prestar homenagem aos heróis combatentes, os alunos-soldados não apenas honram o passado, mas também se comprometem a continuar a missão de proteger a sociedade com a mesma coragem e determinação daqueles que enfrentaram a batalha na Serra da Garganta.
No local prestou-se as devidas homenagens aos policiais que vieram a perder suas vidas no cumprimento do dever, a fim de que jamais sejam esquecidos por toda a corporação e pela sociedade catarinense. Para materializar a homenagem, foi afixada uma placa com reverência aos heróis, além de serem prestadas as continências e dedicado um minuto de silêncio, com toque fúnebre.
Hoje, quase um século depois, a memória dos heróis da Serra da Garganta é mantida viva por iniciativas como essa marcha simbólica, que reafirma o papel da Polícia Militar como guardiã da ordem, da história e da honra de Santa Catarina.
Contexto histórico - O episódio foi um dos mais marcantes da Revolução de 1930, movimento que levou Getúlio Vargas ao poder e pôs fim à política do “Café com leite”, alternância entre paulistas e mineiros no comando do Brasil.
Em Santa Catarina, três frentes revolucionárias invadiram o estado. Na Serra da Garganta, um pequeno pelotão com 31 homens da Força Pública, apoiado por civis, montou resistência para conter o avanço. No dia 16 de outubro, os revolucionários atacaram em duas frentes. O combate durou cerca de duas horas e terminou com a queda da trincheira e a morte de cerca de oito defensores, enterrados no local em uma vala comum.
A derrota abriu caminho para o ataque a Florianópolis - última capital estadual a cair durante a revolução. A resistência na cidade foi liderada por Lara Ribas e pelo comandante Lopes Vieira, que posicionou metralhadoras em pontos estratégicos. Apesar da capitulação, a bravura dos defensores foi resgatada anos depois pelo padre Dall’Alba, responsável pela construção de um monumento em São Bonifácio, inaugurado em 1991.